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Por que a diversidade é importante para os times de segurança?

October 5, 2022

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Application Security

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À medida que as ameaças cibernéticas aumentam, a segurança se torna mais importante para todos os setores e organizações. Como resultado, a demanda por talentos em segurança de aplicações também vem crescendo: profissionais de segurança, pessoas que criam e gerenciam tecnologias que protegem outras pessoas e organizações.

Ferramentas ajudam e apoiam os processos de AppSec, no entanto, são as pessoas que, em última análise, tomam as decisões críticas de segurança. Times diversos e plurais que trabalham para encontrar vulnerabilidades ou gerenciar incidentes, e que, também, buscam corrigir essas falhas no código.

Assim como em outros contextos corporativos, os ambientes de trabalho em equipes de segurança  também sofrem com a falta de diversidade e inclusão. É importante levar em consideração que se todo um time  pensa da mesma forma ou vive em condições similares, a organização perde a oportunidade de obter a diversidade de perspectivas para resolver problemas.

Empresas com um equilíbrio saudável entre homens e mulheres são 21% mais propensas a superarem seus concorrentes. Se houver uma boa mistura de raças e etnias, esse número vai para 33%. E equipes com diversidade de gênero, idade e etnia tomam melhores decisões 87% das vezes. Nesse sentido, é cada vez mais importante enfatizar que as equipes de segurança precisam ser tão diversas quanto os problemas que estão tentando resolver, pois é através da diversidade que alcançamos a segurança ideal.

Conectado a esses dados e outros que vamos falar a seguir, destacamos a importância da diversidade nas equipes de segurança e como sua ausência pode impactar a resiliência dos sistemas de segurança de aplicações.

Contexto atual em times de segurança

De acordo com o relatório do National Cyber Security Centre de 2021, mais de 85% dos profissionais de segurança cibernética são brancos, em comparação com menos de 15% de grupos éticos negros, asiáticos ou mistos. Dois terços dos entrevistados se identificavam como homens, em comparação com 31% que se identificavam como mulheres.

É importante observar que 15% das equipes de segurança das organizações participantes não tinham mulheres. Poucas mulheres ocupam cargos de liderança em segurança e quase dois terços das mulheres recebem menos do que os homens.

Outros grupos minoritários estão igualmente sub-representados na segurança cibernética. Mais de 84% dos entrevistados se identificam como heterossexuais, em comparação com 10% que se identificam como parte da comunidade da LGBTQ+.

A diversidade abre um mundo de possibilidades

Se todos em sua equipe pensarem da mesma maneira e fizerem o mesmo, você ainda assumirá que o usuário irá interagir com o sistema de um certo conjunto de maneiras, o que é uma forma limitada de se pensar. Com efeito, a falta de diferentes perspectivas e criatividade para lidar com o comportamento do usuário no sistema pode levar à perda de vetores de ameaças.

Nesse caso, podemos exemplificar com uma pessoa que faz Pentest (Penetration Testing) e que precisa pensar na mentalidade de um atacante para encontrar uma vulnerabilidade de aplicação. Percebe-se que a ausência de diversidade cria processos mais limitados, além de tornar mais difícil a identificação e tratamento de ameaças e inovação de processos.

Segundo a tese de Bodin (2021), um time homogêneo dificulta a construção de uma cultura de segurança para todos os envolvidos no processo de desenvolvimento de software, sendo a diversidade um fator essencial a contribuir com esse processo.

Fortaleça sua equipe de segurança por meio da diversidade

Dessa forma, etnia, orientação sexual, gênero e origem socioeconômica desempenham papéis cruciais na criação de um ambiente de trabalho mais diversificado, inovador, colaborativo e eficaz. Esta regra se aplica a todos os setores de tecnologia.

Sabendo disso, como podemos fazer a diferença?

Os esforços nesse sentido não devem se limitar apenas ao recrutamento, embora seja importante. Precisamos considerar como podemos incentivar grupos minoritários da área de tecnologia a considerar trabalhar em segurança também!

Isso requer pensar em diferentes formas para que essas pessoas possam entrar e se aproximar dessa área, bem como a construção de treinamentos e capacitações inclusivas. Além disso, é preciso mostrar caminhos no setor de segurança de aceitação de todos e de todas que queiram entrar, contratando por habilidade e paixão, e não apenas por certificações específicas. Isso é responsabilidade não somente de empresas, mas também de profissionais da área.

Educação e conscientização sobre Gênero e Diversidade Sexual

Ademais, é imperativo identificar preconceitos inconscientes, um problema que muitas vezes está embutido em nossa cultura. A chave é reconhecê-lo e desenvolver novas formas de pensar.

Em muitas organizações ou processos de seleção, é fácil ignorar pessoas de diferentes origens ou representantes de grupos minoritários. Muitas vezes recrutadores são tendenciosos e não reconhecem isso. As suposições culturais influenciam nossa tomada de decisões de maneiras que muitas vezes não reconhecemos.

Portanto, educar e conscientizar gestores e recrutadores de segurança sobre questões de diversidade pode ser de grande importância, gerando resultados não apenas na contratação, mas também na retenção dessas pessoas.

Uma forma de lidar com isso é conhecer organizações que buscam atrair grupos sub-representados no setor de segurança. Temos também o exemplo da Microsoft, que patrocina o Blackhoodie Workshop, um evento anual de segurança Bluehat voltado para mulheres. A Conviso também tem uma série de vagas com ações afirmativas para diferentes grupos minoritários.

Aumentar a diversidade no setor de segurança de aplicações, investindo na contratação de pessoas LGBTQ+ e de outros grupos minoritários, pode ajudar a melhorar a segurança para todos e todas. A busca pela diversidade incrementará novos pensamentos defensivos, bem como conceitos e técnicas de ataque não considerados anteriormente.

Diversidade traz riqueza e inovação para toda organização

Ficou evidente até aqui que melhorar a diversidade das equipes de segurança deve ser um objetivo fundamental para as organizações de todo o setor, visto que ajuda a proteger indivíduos e empresas de uma ampla variedade de ameaças cibernéticas.

Vale lembrar que a diversidade favorece e potencializa a conexão de equipes de diferentes setores. Pessoas LGBTQ+, de diferentes origens culturais, socioeconômicas e/ou  linguísticas têm uma influência enriquecedora em um ambiente de trabalho diversificado ao apresentar diferentes abordagens e perspectivas para um determinado problema.

Além disso, essas pessoas também podem ajudar a entender melhor como funciona o hacking malicioso por meio de outras experiências e perspectivas. Por isso, precisamos evitar o risco do pensamento homogêneo de grupo.  Equipes heterogêneas ajudam a encontrar novas respostas para perguntas e trazer ainda mais questionamentos.

Por meio da diversidade, podemos construir uma equipe de segurança apaixonada pelo que fala, aponta problemas e traz uma ampla gama de experiência e compreensão para lidar com eles.

Autores:
Gabriel Galdino - Developer Advocate
Estela Faust - Communication Analyst

Sobre o autor

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Bachelor's degree in Computer Science from the Federal University of Alagoas. He has spoken at events such as the NullByte Security Conference and Hackers to Hackers Conference, and presented research projects at national and international events. He has experience in application security, exploit development, and vulnerability research in both userland and kernel land, having discovered vulnerabilities for companies like Microsoft, AMD, and Intel. His interests include operating system internals, compilers, malware development, vulnerability research, and EDR evasion.

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